MST E ESPECIALISTAS PEDEM APOIO AO PAPA PARA O FIM DOS TRANSGÊNICOS NO BRASIL
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) enviou
abaixo-assinado, em parceria com especialistas em biogenética, para o
Vaticano pedindo o apoio do papa Francisco para a proibição do cultivo e
produção de sementes transgênicas no Brasil. O documento foi
apresentado ontem (6) na sede da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB), em Brasília, e encaminhado para o Vaticano. Reportagem
sobre o tema foi ao ar na edição de ontem do Seu Jornal, da TVT.
Rubens
Onofre Nodari, especialista em biossegurança e professor da
Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), participou da elaboração
do documento e explicou que o texto menciona os resultados de várias
pesquisas mundiais apontando os efeitos danosos dos transgênicos para a
saúde humano e o meio ambiente. "No âmbito público, o debate sobre
transgênicos se tornou muito restrito. Se conseguirmos que a Igreja
(Católica) se envolva, quem sabe possamos sensibilizar outros setores da
sociedade."
O professor da USFC afirma que segundo pesquisa
realizada pela universidade, 10% dos pequenos agricultores brasileiros
não sabem se as sementes que plantam são alteradas ou não. Nodari lembra
que há uma prática milenar entre os agricultores de troca de sementes e
isso propicia a disseminação dos transgênicos.
Nos estudos, os
danos causados pelo consumo de alimentos geneticamente modificados
incluem a resistência a antibióticos, propensão ao surgimento de novos
vírus e bactérias, ou ainda de mutações que podem causar o câncer.
Segundo João Pedro Stédile, da direção nacional do MST, o documento deve
ser utilizado como subsídio não só para a comunidade científica, mas
por todos que se interessam pelo tema.
O integrante da direção
nacional do MST acrescenta que há várias razões pelas quais movimentos
sociais ligados à agricultura se opõem aos transgênicos. "Os
transgênicos permitem que as empresas se apropriem das sementes, que são
um patrimônio da humanidade", considera.
O secretário-geral da
CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner, afirma que o papa tem interesse pelo
tema. "Nós sabemos que ele realmente estuda os documentos, ele se
debruça e procura depois também ouvir muito e tomar a suas decisões",
diz.
Com informações da Agência Brasil
Fonte:Brasil de Fato
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